quarta-feira, 31 de julho de 2019


A ESCOLHA DA VIA DE PARTO


Estamos vivendo um momento de grandes mudanças no cenário do parto urbano. Houve, nos últimos 30 anos, um aumento significativo na taxa de cesariana em diversos países do mundo. Houve a transferência do parto em casa para o parto hospitalar. Houve a substituição das parteiras por profissionais da saúde. E, atualmente, observamos o movimento de volta do parto normal, em casa e assistido por parteiras, só que com uma outra roupagem, usando os calçados firmes das evidências científicas.
Pensar no parto normal é pensar no processo natural da vida. Deixar descendentes é um tentativa de manutenção da espécie. Logo, parir por via vaginal é tão antigo quanto a própria humanidade. Apenas recentemente a cesariana veio sendo utilizada: inicialmente, para salvar a vida dos bebês em partos complicados e, atualmente, como uma alternativa para extinguir as sensações e processos do parto normal.
A via de parto é, hoje, muitas vezes, uma questão de escolha. E como toda escolha traz consequências, precisamos ter muita consciência das escolhas que fazemos. Tanto o parto normal como a cesariana envolvem riscos. Na verdade, vamos combinar que viver é correr riscos! A questão é que, quando fazemos escolhas, colocamos em uma balança imaginária os riscos e benefícios, na tentativa de tomar a decisão mais coerente com o que desejamos experenciar. Então é sumamente importante se empoderar para trazer mais elementos à essa balança e poder ter uma visão mais ampla. E o empoderamento está também em buscar mais informações, conversar com quem já passou por isso, ouvir diferentes opiniões, ao invés de buscar apenas a mesma fonte e, acima de tudo, sentir o que nossa alma quer, ouvir-se internamente. Se você encontra-se muito confusa, então procure organizar outros aspectos em sua vida. Arrume seu guarda-roupa, sua bolsa, sua casa, aquele quarto que há anos precisa de uma organização. Vai ver que assim vamos nos liberando aos poucos e chegando à compreensão do que queremos.
Fazendo escolhas conscientes, podemos prospectar um futuro mais harmônico com a nossa verdade.

Texto: Aliane Guimarães

Uma excelente escolha!

Águas de Parto

quarta-feira, 24 de julho de 2019


O SIGNIFICADO DE FISIOLÓGICO


Não devemos confundir o termo ‘fisiológico’, com o termo ‘normal’. Uma atitude ou um comportamento podem ser considerados ‘normais’ em um dado país, mas não em outro. O termo ‘fisiológico’ também não significa que ‘deveria ser exatamente assim’. O que é ‘fisiológico’ é um ponto de referência, do qual tentamos não nos afastar muito. Quando desviamos além de um certo limite, há efeitos colaterais patológicos; e quando nós precisamos nos desviar da referência fisiológica, devemos estar constantemente conscientes do grau de qualquer desvio. Os fisiologistas exploram as funções normais do corpo – o que é universal, o que atravessa culturas. Após milênios de interferências culturais rotineiras no processo do parto, é mais necessário que nunca voltar às raízes.
Comecei a entender a fisiologia do parto no começo dos anos de 1960. Durante um trabalho de parto longo e difícil, algumas vezes usávamos uma droga chamada, nos países de língua inglesa, de GBH. Essa substância é, na verdade, muito similar à produção química cerebral GABA, que, sabemos, tem efeito de bloquear a transmissão de uma célula cerebral a outra. Quando mulheres em trabalho de parto recebiam GBH, a atividade do que podemos chamar de cérebro racional ficava reduzida. Com a administração desta droga, as mulheres ficavam agitadas, gritando, se comportando como que em um sonho... e o parto então era incrivelmente fácil e rápido. A empresa farmacêutica mencionou que GBH tinha um ‘efeito ocitocina’ tal, que tenderia a reforçar as contrações uterinas durante o trabalho de parto. Percebi que aquilo não era um efeito genuíno da ocitocina, e que, na verdade, era como se uma trava tivesse sido solta e um fluxo de hormônios tivesse sido liberado de repente. Claro, o comportamento de mulheres gritando sem nenhuma inibição era considerado inaceitável em um ambiente hospitalar, e havia falta de dados sobre os possíveis efeitos colaterais. Então, por várias razões, nosso entendimento do efeito do GBH durante o trabalho de parto é anedótico, mas, a partir destas histórias, aprimorei meu entendimento do processo de parto.
A linguagem dos fisiologistas modernos pode explicar claramente o que está acontecendo quando uma mulher está dando a luz.
Michel Odent – A Cientificação do Amor

quinta-feira, 11 de julho de 2019


FAZER ESCOLHAS CONSCIENTES


Você é a soma total das escolhas que faz. Em um nível muito básico, as escoljas que você faz determinam suas experiências sensoriais – o que você ouve, sente, vê, saboreia, cheira. Quando você está em contato com as experiências interiores que resultam das sensações que recebe do mundo, você está em contato com o âmago da sua vida. Cada experiência tem um impacto em sua biologia. Tudo o que aconteceu com você está registrado em seu corpo; a cada nova experiência, seu corpo muda. Quanto mais consciente você escolher suas experiências, mais consciente criará seu corpo.
A gravidez não é apenas algo que está acontecendo com você; é um desdobramento miraculoso que você está cocriando. Durante nove meses, você é o meio ambiente de seu bebê por nascer, e seu bebê é afetado por todas as suas experiências. No âmago do seu ser, você já sabe disso, porque já viveu essa experiência e sentiu essas sensações enquanto se desenvolvia e crescia no ventre de sua mãe. Agora que está informação está disponível para sua mente consciente, faça uso dela para criar um princípio mágico para seu bebê.

Deepak Chopra – Origens mágicas, vidas encantadas