segunda-feira, 5 de agosto de 2019


SOBRE A DOR



Hoje pela manhã estive refletindo sobre a dor, essa sensação que só de falar já nos causa má impressão. Temos em nosso imaginário uma conotação negativa em relação a ela. Mas a verdade é que a dor é sumamente necessária para o nosso crescimento e amadurecimento. E essa compreensão me chegou através do livro ‘Para que o amor dê certo’ de Bert Hellinger, criador da Constelação Femiliar. Nele, Hellinger fala sobre os relacionamento entre casais e a dor, quase que universal, que há no amor.
Tod@s já sentimos dor ao longo da vida e vamos continuar sentindo. A dor está presente na transição de ciclos e vivenciamos isso em muitos momentos. Há dor quando alguém finaliza a vida, há dor quando finalizamos um relacionamento ou fechamos um processo, há dor quando nos despedimos para viver em outro lugar ou quando vemos alguém partir. E essa dor pode ser vivida de diferentes maneiras: com mais ou menos consciência; de forma mais ou menos intensa; com muito ou pouco peso. Mas ela está lá e é importante fazermos uma reverência, vivê-la e dar-lhe um lugar.
A dor do parto não é diferente. E a reflexão da importância da dor para nosso processo de amadurecimento me parece bastante coerente quando penso no parto. Eu já acompanhei muitos partos como parteira, como ajudante ou só assistindo mesmo. E em todos eles me admiro com a intensidade do processo. É inegável a sua potência, porque é inegável a potência de assumir o papel de mãe, o papel mais importante da humanidade. E consigo perceber claramente a transformação das mulheres quando atravessam o processo do parto, quando deixam de ser apenas mulheres e passam a ser mães. É inominável essa beleza. É divina. E o mais intrigante é que o hormônio responsável por causar as contrações uterinas - a ocitocina – é também o hormônio responsável pela formação de vínculos entre os seres, é o hormônio do amor. Logo, chegamos à conclusão de que o amor dói, mas é através dele que crescemos, que transitamos em diferentes versão de nós mesmos. Porque, ao longo da vida, nascemos e morremos diversas vezes.

Texto: Aliane Guimarães

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