quarta-feira, 26 de junho de 2019


ÚTERO, MATRIZ SAGRADA



Dentro de ti, o universo. Útero, caldeirão alquímico que nos conecta com a natureza da vida-morte-vida, com a força primordial do sangue e a ciclicidade da terra. Todo mês sangramos e deixamos morrer, experimentamos todas as estações em nós, contraindo e expandindo nossas energias como tudo o que é vivo. O útero é nossa primeira casa, matriz sagrada, geradora e acolhedora de toda a vida, cálice que aquece, sustenta, guarda, nutre, a fonte da vida.
O útero fica localizado dentro da pelve, uma estrutura óssea que contém e protege os órgãos da bacia (bexiga, útero e reto). Segundo o Tantra, na pelve ficam localizados dois grandes centros de energia, os chakras Muládhara (na base da coluna) e Svadhistana (na altura do útero). Svadhistana significa “morada do eu”. Esse chakra rege os líquidos do nosso corpo e é orientado pela lua e seus ciclos. O útero tem uma parte física e também uma correspondência energética. Por isso, mesmo quando o órgão não está presente fisicamente, sua energia sutil permanece.
Dentro do útero podemos gestar uma vida e oferecer a um ser todos os nutrientes físicos e energéticos de que ele precisa para se desenvolver saudavelmente. Se não gestamos, liberamos essa terra fértil rica em nutrientes todos os meses em forma de menstruação.
Precisamos tomar consciência de nossos úteros. O útero é nosso segundo coração, nosso coração arcaico, ligados às nossas entranhas e ao coração da Terra. É nosso centro de poder, a partir dele podemos nos alinhar para tomar decisões e nos apropriar de nossas vidas.
O útero tem o tamanho de punho ou uma pequena pêra e pode expandir até 10 vezes seu tamanho durante a gestação. Em nosso útero podemos guardar memórias de nossas vidas (como de relacionamentos passados, abusos vividos), memórias de nossas antepassadas ou mesmo memórias do inconsciente coletivo.
Também podemos guardar informações a nível celular e energético de nossos parceiros sexuais por anos. Algumas tradições espirituais dizem que retemos essas informações por pelo menos 3 anos (alguns dizem 7, outros ainda 9). Por isso, precisamos ter muita consciência sobre para quais pessoas decidimos abrir nosso campo energético e trocar nossos fluidos. É importante seguirmos o caminho da sexualidade sagrada e consciente que implica profundo respeito e entrega entre os parceiros durante o ato sexual, para que o amor e o prazer possam fluir. Precisamos limpar o nosso condicionamento em relação ao sexo (hoje tão pautado pela pornografia que normatiza uma sexualidade focada na violência, no esvaziamento emocional e na performance) e abrindo nossos corpos e almas para o outro, com profundo amor e respeito durante essa troca energética tão profunda.
Quando vivemos situações de abuso, traumas, relacionamentos (antigos e do presente) que nos fazem ou fizeram sofrer, nosso útero sente. Por isso precisamos cuidar da saúde física, emocional e energética do nosso útero através de limpezas e pequenos gestos e rituais. Olhar para nossas memórias, contar suas histórias, compartilhá-las com outras mulheres, criar rituais para fechar ciclos de relacionamentos passados, memórias, vivências de aborto, abuso ou divórcios. Toda a nossa vida como mulheres está registrada em nosso útero e precisamos olhar para elas com amor e limpar suas feridas.

Naíla Andrade Sarkar – Mandala Lunar 2019

segunda-feira, 17 de junho de 2019


DILATAÇÃO–EJEÇÃO ... EREÇÃO-EJACULAÇÃO

Essa interpretação do reflexo de ejeção do feto sugere quão complexo, sutil e, portanto, vulnerável é o processo normal do parto nos humanos. Tal interpretação não compete com outros pontos de vista ou teorias: o tópico é o novo. Até agora, a prioridade nunca foi aperfeiçoar nosso entendimento dos processos normais. Essa é a razão pela qual, durante décadas, a maioria dos bebês ocidentais nasceu num ambiente eletrônico sem qualquer avaliação apropriada de seus efeitos nos processos fisiológicos. Muitas notícias publicadas na maioria dos jornais médicos autorizados concordam que o único efeito estatístico significante do aparato eletrônico usado durante o trabalho de parto é aumentar o índice de cesarianas e partos fórceps.
Isso quer dizer que entramos numa nova fase na história do parto: vamos chamar de era pós-eletrônica. Só porque as equipes cirúrgicas em todos os hospitais podem realizar com segurança essa maravilhosa salvação chamada cesariana, não significa que devemos parar de tentar melhorar nosso entendimento do processo normal de parto. Necessitamos ser mais científicos.
De fato, nossa interpretação do reflexo de ejeção do feto tem paralelo com outros episódios da vida sexual, cuja complexidade tem sido estudada mais detalhadamente, como a ejaculação no orgasmo masculino. A ejaculação é controlada pelo sistema nervoso simpático, que usa a adrenalina – o hormônio da agressividade – como mediador. A curta fase da ejaculação é geralmente precedida por uma fase mais longa de ereção. Isso está sob o controle do sistema nervoso parassimpático, que é inibido pela adrenalina. As semelhanças fisiológicas entre a ejeção e a ejaculação são óbvias.
Estabelecendo esse paralelo entre o reflexo de ejeção do feto e a ejaculação, os eventos da vida sexual podem ser facilmente interpretados. Existe uma combinação ou uma sucessão de episódios passivos e ativos, violentos e até mesmo agressivos.

Do livro Água e Sexualidade de Michel Odent

segunda-feira, 10 de junho de 2019


EXERCÍCIOS PARA CONEXÃO COM O BEBÊ


  •  Ponha a mãe sobre a barriga algumas vezes durante o dia e envie pensamentos amorosos a seu bebê por nascer.
  •  Registre num diário suas experiências a cada dia.
  •  Logo no princípio da gravidez, plante uma árvore ou um arbusto florido para simbolizar o crescimento do seu bebê em seu ventre. Depois que a criança nascer, vocês poderão cuidar da planta juntas.
  •  Leia histórias encantadoras e poesia sensível em voz alta para seu bebê e ouça músicas bonitas e relaxantes todos os dias.
  •  Faça uma massagem de óleo diariamente em si mesma antes do banho.
  •  Difunda um aroma enquanto estiver ouvindo música, tomando um banho de imersão na banheira ou meditando, para criar a associação entre a fragrância e o estado de consciência relaxado.

Deepak Chopra

domingo, 2 de junho de 2019


DE CÓCORAS. MELHOR? MAIS FÁCIL? POR QUÊ?



Depois que a gente viu a “indiana”, começamos a pensar nos porquês.
Por que será mais fácil?
Por que causa menos lesão?
A explicação é simples. Para perceber, não precisa de muito esforço.
Prestem atenção.
Primeiro, uma pergunta.
- Para a criança nascer, o que é mais fácil, uma vagina fechada ou uma vagina aberta?
- Aberta, claro.
- Muito bem.
Na mulher deitada, o colchão da cama empurra as nádegas juntamente com o cóccix para cima. O cóccix é o osso do fim da cokuna e é muito móvel. Empurrado para cima, com os tecidos moles das nádegas, estreitam o canal vaginal, por onde a criança tem que passar.
Na mulher, ao agachar-se, os músculos que cercam a vagina se abrem e, se ela inclinar o corpo para frente, o sacro e o cóccix basculam para trás, aumentando ainda mais o canal de parto.
- Qual rasga mais, a vagina aberta ou fechada?
- Fechada, naturalmente.
Entenderam?
Entenderam por que as índias que têm, em partos deitados, nenéns com as parteiras estão mais estragadas, têm rupturas maiores, prolapsos mais acentuados, incontinência urinária, insuficiência?
Tem mais.
- O que é mais fácil, empurrar um carro sem motor numa subida ou numa descida?
- Numa descida, lógico.
- Pois é.
Na mulher deitada, o canal do parto é uma violenta subida em curva, apontando diretamente para o teto da sala. É por ele que ela tem que empurrar o filho, com três, quatro quilos. A mulher, ao acocorar-se, transforma-o numa descida em direção ao chão.

Do livro Aprenda a nascer e a viver com os índios de Moysés Paciornik