domingo, 2 de junho de 2019


DE CÓCORAS. MELHOR? MAIS FÁCIL? POR QUÊ?



Depois que a gente viu a “indiana”, começamos a pensar nos porquês.
Por que será mais fácil?
Por que causa menos lesão?
A explicação é simples. Para perceber, não precisa de muito esforço.
Prestem atenção.
Primeiro, uma pergunta.
- Para a criança nascer, o que é mais fácil, uma vagina fechada ou uma vagina aberta?
- Aberta, claro.
- Muito bem.
Na mulher deitada, o colchão da cama empurra as nádegas juntamente com o cóccix para cima. O cóccix é o osso do fim da cokuna e é muito móvel. Empurrado para cima, com os tecidos moles das nádegas, estreitam o canal vaginal, por onde a criança tem que passar.
Na mulher, ao agachar-se, os músculos que cercam a vagina se abrem e, se ela inclinar o corpo para frente, o sacro e o cóccix basculam para trás, aumentando ainda mais o canal de parto.
- Qual rasga mais, a vagina aberta ou fechada?
- Fechada, naturalmente.
Entenderam?
Entenderam por que as índias que têm, em partos deitados, nenéns com as parteiras estão mais estragadas, têm rupturas maiores, prolapsos mais acentuados, incontinência urinária, insuficiência?
Tem mais.
- O que é mais fácil, empurrar um carro sem motor numa subida ou numa descida?
- Numa descida, lógico.
- Pois é.
Na mulher deitada, o canal do parto é uma violenta subida em curva, apontando diretamente para o teto da sala. É por ele que ela tem que empurrar o filho, com três, quatro quilos. A mulher, ao acocorar-se, transforma-o numa descida em direção ao chão.

Do livro Aprenda a nascer e a viver com os índios de Moysés Paciornik

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