DE CÓCORAS. MELHOR? MAIS FÁCIL? POR QUÊ?
Depois que a gente viu a “indiana”, começamos a pensar nos
porquês.
Por que será mais fácil?
Por que causa menos lesão?
A explicação é simples. Para perceber, não precisa de muito
esforço.
Prestem atenção.
Primeiro, uma pergunta.
- Para a criança nascer, o que é mais fácil, uma vagina
fechada ou uma vagina aberta?
- Aberta, claro.
- Muito bem.
Na mulher deitada, o colchão da cama empurra as nádegas
juntamente com o cóccix para cima. O cóccix é o osso do fim da cokuna e é muito
móvel. Empurrado para cima, com os tecidos moles das nádegas, estreitam o canal
vaginal, por onde a criança tem que passar.
Na mulher, ao agachar-se, os músculos que cercam a vagina se
abrem e, se ela inclinar o corpo para frente, o sacro e o cóccix basculam para
trás, aumentando ainda mais o canal de parto.
- Qual rasga mais, a vagina aberta ou fechada?
- Fechada, naturalmente.
Entenderam?
Entenderam por que as índias que têm, em partos deitados,
nenéns com as parteiras estão mais estragadas, têm rupturas maiores, prolapsos
mais acentuados, incontinência urinária, insuficiência?
Tem mais.
- O que é mais fácil, empurrar um carro sem motor numa
subida ou numa descida?
- Numa descida, lógico.
- Pois é.
Na mulher deitada, o canal do parto é uma violenta subida em
curva, apontando diretamente para o teto da sala. É por ele que ela tem que
empurrar o filho, com três, quatro quilos. A mulher, ao acocorar-se,
transforma-o numa descida em direção ao chão.
Do livro Aprenda a nascer e a viver com os índios de Moysés
Paciornik
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