sexta-feira, 24 de maio de 2019


SOBRE A AMAMENTAÇÃO


Todo mundo fala da amamentação como se fosse um conto de fadas. Ninguém fala da sombra, do cansaço, da dor e machucados. O manejo da amamentação é algo muito singular. Cada mulher vive de uma forma. Depende muito da interação que se estabelece entre a mãe e o bebê, o estado de ânimo da mãe, a vontade que tem em amamentar e outros fatores. Amamentar pode parecer muito fácil para algumas mulheres e muito desafiador para outras. Há interações que são bem sucedidas e o bebê e a mãe conseguem o jeito para fazer isso muito rápido. No entanto, há algumas dicas que podem favorecer o sucesso na amamentação. A primeira delas é que, imediatamente após o nascimento do bebê, ele seja colocado sobre você em contato pele a pele imediato e que esse contato possa durar bastante tempo, já que além de fornecer calor ao seu bebê nessa primeira hora de vida, o bebê nasce com todos os estímulos muito aguçados e sentir o seu cheiro é importante para que ele te reconheça. Nesse momento, é ideal que se coloque o bebê próximo ao mamilo. As vezes, ele não começa a sugar o seio, mas o contato da sua boca com o mamilo já ajuda que ele vá te reconhecendo. As vezes, o bebê já começa a sugar na primeira hora de vida e isso é excelente!
Outra dica importante é fazer com que o bebê abocanhe toda a aréola. Bebês que abocanham apenas o bico do peito, além de não se alimentarem adequadamente, fazem com que o mamilo comece a fissurar e isso pode gerar desconforto para as próximas mamadas. Nesses casos, não use pomadas cicatrizantes. O ajuste da pega do bebê na aréola já vai fazer com que não formem as fissuras e utilizar o próprio leite materno no machucado vai ajudar na cicatrização.
A demanda é livre. O tempo que o bebê suga o seio pode variar a cada mamada. As vezes dura 20 minutos, as vezes 5 minutos, as vezes 2 minutos ou mesmo alguns segundos. Lembre-se que a amamentação não é apenas nutrição. Ao amamentar também estamos liberando a ocitocina, o hormônio do amor, o hormônio da formação de vínculo. Tanto a mulher quanto o bebê liberam. Além disso, o bebê sente muito prazer em sugar. E as vezes ele só quer o afago e o contato que há na amamentação. Deixe que ele sugue pelo tempo que quiser. E isso requer disposição para tal. Por isso a importância de uma rede de apoio, de familiares e pessoas que possam favorecer o sucesso da amamentação. A amamentação não é um evento particular da mulher com seu bebê, é uma responsabilidade de toda a sociedade em proporcionar a nossa futura geração seres humanos mais conectados, sensíveis e cheios de amor.

Águas de Parto


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