terça-feira, 28 de maio de 2019


SOBRE O VÉRNIX CASEOSO




Durante o último trimestre da gestação, o feto é recoberto por um biofilme protetor conhecido por vérnix caseoso, que forma nesta fase uma capa a prova de água a fim de permitir a maturação da pele. É uma espécie de pasta esbranquiçada e graxenta que recobre o bebê ao nascimento, lubrifica sua pele e facilita a passagem no canal de parto. É mais abundante nos bebês que nascem no tempo, escasso nos bebês que nascem depois do tempo, quase ausente nos prematuros e desaparece poucos dias após o nascimento.
Trata-se de um manto protetor contra a maceração pelo líquido amniótico e infecções bacterianas. É composto de 80,5% de água, 10% de lipídeos e 10% de proteínas.
O vernix confere ainda um sistema de defesa poderoso, além de conferir barreira mecânica contra bactérias. Pois algumas das proteínas nele contidas são peptídeos antimicrobianos.
Um estudo espanhol avaliou 1000 RN e o vernix caseoso estava presente em 42,9%. Foram fatores associados a presença do vernix: sexo feminino, RN saudáveis, peso de nascimento adequado e parto normal vaginal de mãe multípara. A ausência de vernix foi associada a presença de eritema toxico neonatal e presença de descamação cutânea. O autor refere que sua presença com características normais indica bem estar do RN, pois esteve associada a maiores índices de apgar.
O vernix não deve ser removido nas primeiras horas (exceto se houver risco de transmissão de doenças maternas) pelas suas propriedades protetoras de hidratação, termoregulação e cicatrização de feridas. Portanto o melhor deixar para dar o primeiro banho após 24 horas do nascimento do seu bebê.

Extraído do Consenso de Cuidados com a Pele do Recém Nascido da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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